A ciência moderna foi anteriormente precedida pelo desenvolvimento do chamado pensamento filosófico, caminhando posteriormente para a formulação extremada de um dualismo espírito/matéria. Isto veio a tona durante o século XVII, através do pensamento de René Descartes, para ele, a visão da natureza era derivada de uma separação em duas posições absolutamente separadas, o da mente e do da matéria, ou seja, o mundo material passa a ser comparado a uma maquina de grandes proporções. A partir desta visão mecanicista de mundo foi que Newton, elaborou sua mecânica, tornando-se o alicerce da chamada física clássica. A partir da segunda metade do século XVII ate o final do século XIX este modelo mecanicista de Newton dominou o pensamento cientifico em todas as áreas.
A filosofia de Descartes continua até hoje a exercer grande influência sobre o modo de pensar e agir ocidental, fazendo com que os indivíduos se vejam divididos num grande número de compartimentos, fragmentados e separados, constituindo uma imensa quantidade de fatos e objetos absolutamente isolados.
A excessiva crença nesta visão fragmentada é responsável de certa forma pela serie de crises sociais, ecológicos e culturais existentes no mundo de hoje, alienando sobre maneira os seres humanos e não deixando-os enxergarem as realidades sobre uma necessária visão de conjunto, originando-se daí a desordem econômica, política e social, e uma crescente onda de violência, um meio ambiente feio e poluído, dentro do qual a vida se torna física e mentalmente insalubre.
A chamada visão cartesiana tem dentro de si pontos positivos e negativos a serem considerados, ou seja, mostra-se extremamente bem sucedido quando do desenvolvimento da física clássica e da tecnologia como um todo, porem, de outro lado apresenta as conseqüências acima mencionadas as quais tornam-se danosas para a nossa civilização moderna como um todo.
Dentro de um novo repensar, todos os fatos e todas as coisas acham-se inter-relacionadas, constituindo-se em manifestações de uma mesma realidade em si, inseridos em uma unidade básica constituídos por um grande universo.
Isto posto contrariando a idéia pura e simplesmente mecanicista existente, influenciado ainda e grandemente pelo pensamento de Descartes, a totalidade das coisas devem necessariamente serem vistas como uma realidade única e insuperável em eterno movimento, vivo, orgânico, espiritual e material ao mesmo tempo, fazendo com que desta forma possamos ainda tentar resgatar o necessário sentido de equilíbrio, visando o perfeito desenrolar de tudo que existe a nossa volta, e nos conduzindo de volta a uma nova visão de mundo, ou seja, um retorno as origens do pensamento existente a 2.500 anos atrás, que nos levará a um novo sentido de unidade, já brilhantemente expresso na antiga Grécia.
JOSÉ AUGUSTO C. FILIPPO
Advogado, formado em Publicidade e Marketing pela ESPM/SP, Mestrando em Direito UNISAL – Lorena/SP, Especialização em Técnicas de Negociação para Advogados “ESA - OAB/SP - Capital, Pós-graduado em D. Civil e P. Civil pela UNISAL, com especialização em Ciências Jurídicas e Políticas pela Universidade de Coimbra – Portugal.
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