terça-feira, 4 de outubro de 2011
Porto Velho/RO é o município com mais desmatamento da floresta amazônica
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De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira (3) do sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Porto Velho desmatou 235 km² de vegetação entre setembro de 2010 e agosto de 2011, e ocupa a primeira posição no ranking do desmatamento da Amazônia no último ano.
A área devastada equivale a 13 vezes o tamanho da ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, e é 146% maior à quantidade suprimida entre setembro de 2009 e agosto de 2010. O município com área de 54.016 km², já integra a lista do governo federal dos 48 municípios que mais desmatam a Amazônia.
Causas – De acordo com Paulo Barreto, pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o avanço do desmatamento na região de Porto Velho pode ter sido impulsionado pela construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira.
Na região de implantação da usina de Santo Antônio, por exemplo, da empresa Santo Antônio Energia, que construiu e será responsável pela operação do complexo, foi derrubada a vegetação de uma área de 12 km² com autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). De acordo com a empresa, em contrapartida à supressão da floresta, será feito o replantio em uma área de 39 km².
Para Barreto, é de conhecimento público o desmate autorizado pelo governo federal para a construção das hidrelétricas e dos canteiros de obra. Entretanto, a migração de pessoas para áreas de floresta localizadas na capital de Rondônia tem causado a derrubada ilegal da mata.
“Outro ponto que pode ter impulsionado o desmate foi a redução de áreas de proteção em unidades de conservação. Um exemplo aconteceu na Floresta Nacional Bom Futuro, próximo ao Rio Madeira, que por decreto federal, perdeu parte de sua área devido ao avanço populacional nesta região”, afirmou.
Resolução – Para combater o desmatamento nesta região, Barreto afirma que apenas fiscalizar, apreender madeira e aplicar multas não resolve a questão.
“Primeiro que as unidades de conservação não deveriam ter suas áreas reduzidas. Mas já que isto ocorreu, uma iniciativa criada pelo ministério do Meio Ambiente, e que funcionou bem, foi o embargo econômico de áreas. Isto deveria ser retomado”, disse.
O procedimento do embargo econômico, aplicado pelo Ibama, consiste na realização de um mapa da área desmatada, localização do infrator e publicação de seu nome em sistema do governo federal. “Como a maioria dessas áreas é desmatada por conta da agropecuária, quem comprasse carne desse infrator também era punido”, disse.
Ministra – A tendência de aumento do desmatamento em algumas das localidades que integram lista de 48 municípios chamou a atenção da ministra Izabella Teixeira. Além de Porto Velho, são exemplos Pacajá (PA) e Feliz Natal (MT). De acordo com ela, os prefeitos desses municípios devem ser chamados para discutir estratégias de combate aos crimes ambientais.
“(…) Temos que chamar esses prefeitos para fazer uma revisão do plano estadual de desmatamento e isso vai ser feito, se necessário for. Da mesma forma que a gente tira municípios da lista a gente coloca municípios na lista”, disse. (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)
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