segunda-feira, 4 de julho de 2011
Futuro dos equipamentos eletrônicos está no fundo do oceano
clipping
Algumas zonas do Oceano Pacífico são muito ricas em terras raras e poderiam constituir uma jazida inesperada destes metais necessários para a fabricação de produtos de alta tecnologia, revela um estudo publicado neste domingo (3).
Carros elétricos, produtos eólicos, telas planas, discos rígidos de computadores e aparelhos de MP3: todos estes objetos, que se tornaram indispensáveis, precisam de terras-raras e dos 17 metais que contêm, em particular o ítrio.
Atualmente, 97% da produção de terras-raras procede de China, um país que possui um terço dos recursos mundiais e onde a extração destes minerais provoca grandes danos ao meio ambiente e aos moradores.
Paradoxalmente, o solo não é a única fonte de terras-raras. Os sedimentos do fundo do mar também possuem minerais deste tipo, mas, sem o conhecimento preciso de sua localização, não são no momento considerados uma fonte potencial.
Uma equipe de geólogos japoneses extraiu e analisou mais de 2.000 mostras de sedimentos marinhos, em grande parte do Oceano Pacífico.
Os resultados das pesquisas, divulgados neste domingo na revista britânica Nature Geoscience, mostram que o fundo do mar constitui uma considerável jazida de terras-raras e de ítrio, presentes de forma concentrada em alguns lugares (leste do Pacífico norte e centro do Pacífico sul).
“Consideramos que uma zona de um quilômetro quadrado que cerca um dos lugares onde foram feitas as extrações poderia suprir sozinha 20% do consumo anual mundial destes elementos”, afirmam no estudo.
Além disso, as experiências realizadas pelos cientistas japoneses mostram que as terras-raras do lodo submarino podem ser facilmente retiradas com o uso de ácido.
“O lodo é simplesmente enxaguado com ácidos diluídos (ácido sulfúrico ou ácido clorídrico) durante uma a três horas a temperatura ambiente”, explica à AFP Yasuhiro Kato, da Universidade de Tóquio.
Segundo ele, a técnica não apresentaria nenhum risco para o meio ambiente, “já que os ácidos diluídos utilizados não são vertidos para o oceano”.
Ainda falta saber se a exploração de jazidas situadas a grande profundidade, entre 4.000 e 5.000 metros, será possível tecnologicamente e rentável economicamente.
“É uma pergunta difícil para mim, já que não sou engenheiro, apenas geólogo. Mas há 30 anos uma mineradora alemã conseguiu recuperar sedimentos marinhos do fundo do Mar Vermelho. Então, acredito que nosso lodo dos grandes fundos pode ser utilizado como fonte de minerais raros”, disse Kato. (Fonte: Portal iG)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário