quinta-feira, 7 de julho de 2022

 

 

 

 Prefeitura Municipal de Guaratinguetá

 

 

 

90 Anos da Revolução Constitucionalista de 1932 – O Bombardeio de Guaratinguetá

Em mais um capítulo da história da Revolução de 1932 aqui na cidade, e esse é um capítulo não tão pouco conhecido é o bombardeio da cidade de Guaratinguetá pela aviação do Exército e pelo próprio Exército Brasileiro. O avião era o “invento da vez” nos combates e a Aviação Militar dava grandes dores de cabeças as tropas constitucionalistas que estavam envolvidas nos principais combates da Revolução. Em Guaratinguetá não seria diferente. 

De acordo com Samuel Baccarat, veterano de 1932 e autor do livro Capacetes de Aço o bombardeio a cidade durou 50 horas seguidas, sem folga. Baccarat conta que, em uma Seção de Intendência na entrada da cidade foi bombardeada depois que o canhão 150mm lançou 5 projéteis na direção as tropas do governo, e essa revidou com um outro projétil em direção a essa Intendência, rompendo os fios de eletricidade e explodindo perto do imóvel onde era a Intendência. O Sargento Moreno não resistiu e disparou 62 tiros contra essas tropas para repelir. 

A cidade estava esburacada. Não existia, no centro, nenhum imóvel que tenha escapado ileso do bombardeio, como por exemplo a casa do senhor Martiniano Rodrigues Alves, que de acordo com Baccarat (1932) estava destruída. Uma granada passara pelo forro de uma residência e foi parar embaixo da cama de um comerciante sírio e não detonou, o que para Samuel Baccarat foi uma “bala Camarada”.

Várias pessoas morreram nesse bombardeio, incluindo mulheres e crianças que estavam fugindo da guerra. A Intendência, abordada no início desse texto, foi alocada na casa do Coronel Virgílio Rodrigues Alves e a Catedral não foi bombardeada por um “milagre”, haja vista que a Basílica de Aparecida tivera sua fachada metralhada e a imagem de Nossa Senhora de Aparecida retirada da cidade logo no início dos embates. Para atenuar o sofrimento da população, a intendência foi aberta para aqueles que buscavam socorro.

Autor: Leandro Pereira Dos Santos (Historiador, MTE 0000275/SP)

 

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